Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

 

 

IGREJA ROMÂNICA 

SÃO GENS DE BOELHE, PENAFIEL

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

 

1. A Igreja na Época Medieval

 

Situada numa vertente do Tâmega, integrando-se num enquadramento paisagístico que mostra a antiguidade da ocupação do território, a Igreja de São Gens de Boelhe, no concelho de Penafiel, é um monumento assaz curioso, no contexto da arquitectura românica portuguesa, que mostra o quanto esta teve expressões decorativas originais, muito rurais e muito regionalizadas.

A paróquia de São Gens de Boelhe consta das Inquirições de 1258, embora haja um documento mais antigo, datado de 1111, que atesta a existência do topónimo Villa Boneli.

A tradição atribui a fundação da Igreja de Boelhe, ora à filha de D. Sancho, a Beata Mafalda, ora à sua avó, a rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, muito celebrizada pela fundação de albergarias e pontes, acção considerada, na Idade Média, como obra de piedade e penitência. A rainha fundou uma albergaria em Canaveses, onde eram recebidos e tratados os viajantes pobres, referindo a tradição que a ela se devem a ponte sobre o Douro, em Barqueiros, e uma outra ponte sobre o Tâmega, bem como as barcas de passagem “por Deus” em Moledo e Porto de Rei.

A fundação da Igreja de São Pedro de Abragão, igualmente situada no concelho de Penafiel, é também atribuída ora à Rainha D. Mafalda ora à filha de D. Sancho I. A verdade é que a Beata Mafalda terá sido criada por Urraca Viegas de Riba Douro, patrona do mosteiro de São Salvador de Tuías (Marco de Canaveses), precisamente na Honra de Louredo (concelho de Paredes), propriedade da sua educadora . Este aspecto da sua vida poderá ter contribuído para alicerçar a tradição de ter sido a fundadora de Boelhe e Abragão. O testamento de D. Mafalda distribuiu os seus bens por mosteiros e igrejas, entre os quais constam o padroado da igreja de Louredo e bens deixados ao Mosteiro de Paço de Sousa.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

1. Situada numa vertente do Tâmega, a Igreja de São Gens de Boelhe testemunha a antiguidade da rede paroquial desta região.

 

É ainda de notar que o Memorial da Ermida, também em Penafiel, é tradicionalmente referido como ponto de paragem do cortejo fúnebre da Beata Mafalda, de Rio Tinto para o Mosteiro de Arouca, que a filha de D. Sancho reformou.

A Igreja de São Gens de Boelhe, de uma só nave e cabeceira rectangulares, segue a planimetria mais comum da arquitectura românica portuguesa. No Entre-Douro-e-Minho, 80% das igrejas desta época que subsistiram apresenta este arranjo. A cobertura em madeira, tanto da nave como da cabeceira, é também a mais frequente, sobretudo em igrejas paroquiais já que o abobadamento em pedra, mesmo que respeite unicamente à cabeceira, é muito mais oneroso e obriga à existência de um estaleiro de obras mais complexo e à contratação de mestres com vastos conhecimentos de estereometria, facto que nem sempre seria possível.

No entanto, apesar da aparente simplicidade da Igreja de Boelhe, é de realçar a qualidade patente na construção dos muros. O aparelho, pseudo-isódomo, mostra silhares muito bem aparelhados onde é visível uma apreciável quantidade de siglas geométricas e alfabéticas.

As siglas de canteiro, presentes nos edifícios românicos desde cedo, tornam-se mais comuns nas igrejas rurais sobretudo a partir dos inícios do século XIII. Embora pouco se saiba sobre a organização do trabalho nos estaleiros, no caso português, os exemplos europeus melhor documentados indicam que, quando os canteiros eram contratados à peça, as siglas eram utilizadas para que o trabalho do canteiro pudesse ser contabilizado o que, segundo C. A. Ferreira de Almeida, constituiu um poderoso motivo para a divulgação destas marcas. Estas são também marcas do prestígio do ofício de canteiro, já que correspondem a uma assinatura. As siglas de Boelhe, frequentes e repetidas, sugerem que a igreja terá sido feita por meia dúzia de canteiros.

Há no entanto sinais que correspondem a marcas de posição, mais frequentemente colocadas nas faces da pedra que ficam escondidas, mas que por vezes se mostram na face exterior do silhar, como acontece em Boelhe, onde algumas das siglas geométricas que aparecem nas arcadas terão tido essa função.

O portal principal apresenta seis colunas, duas das quais de fuste prismático, que arrancam de bases bulbiformes, como nos casos dos portais das Igrejas de São Vicente de Sousa, do Salvador de Unhão e Santa Maria de Airães (Felgueiras) e terminam em capitéis semelhantes a mísulas.

É de realçar a originalidade na concepção escultórica destes capitéis, com palmetas executadas a bisel, típicas do românico rural do Vale do Sousa, ornatos grafíticos de cruzes dentro de círculos, motivos muito antigos que acusam a reviviscência de técnicas decorativas tradicionais empregues nas arquitecturas pré-românicas das épocas visigótica e moçárabe e que fazem desta igreja uma das mais conseguidas expressões decorativas do românico rural.

No lado sul da empena da fachada principal resta o arco do campanário ou torre sineira, que abrigava o sino.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

2. Fachadas ocidental e sul da igreja. Composta por uma cabeceira e nave única, a Igreja de São Gens de Boelhe, apesar da sua aparente simplicidade, mostra uma boa qualidade na construção dos muros.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

3. Cabeceira. Fachadas sul e oriental. Os silhares desta igreja, muito bem aparelhado, mostram uma apreciável quantidade de siglas geométricas e alfabéticas.

 

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4. Siglas alfabéticas e geométricas. As siglas de canteiro eram utilizadas para que o trabalho do canteiro pudesse ser contabilizado. As siglas de Boelhe, frequentes e repetidas, sugerem que a igreja terá sido feita por meia dúzia de canteiros.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

5. Arquivoltas e capitéis do portal ocidental que mostram o talhe a bisel, próprio do românico rural do Vale do Sousa.

 

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6. Capitel do portal ocidental.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

7. Portal ocidental. É de realçar a originalidade na concepção escultórica dos capitéis e dos ornatos grafíticos de cruzes dentro de círculos, que acusam a reviviscência de técnicas tradicionais empregues nas arquitecturas pré-românicas.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

8. Fachadas ocidental e norte. A exuberância escultórica dos cachorros testemunha um dos aspectos que mais caracterizam a escultura românica: o gosto pela variedade. A fachada norte recebeu cachorros de escultura mais variada do que a fachada sul, uma vez que esta se destinava a ser coberta por um alpendre.

 

Na fachada lateral sul os cachorros mostram-se menos esculpidos, enquanto que do lado norte, provavelmente por esta face não ter sido destinada a ser encoberta por construções, a cachorrada apresenta motivos que vão desde cabeças de touro até homens que transportam pedra ou ainda elementos geométricos.

A exuberância escultórica destes cachorros testemunha dois dos aspectos que mais caracterizam a escultura românica: o gosto pela variedade e a vontade de impressionar.

Com efeito, numa igreja românica os cachorros e os capitéis apresentam uma grande variedade de motivos e temas. Não é frequente que, no mesmo portal, os capitéis sejam todos iguais. Quando o são, reportam-se habitualmente a soluções já protogóticas.

A este gosto pela variedade acresce a vontade de impressionar. Uma igreja que apresenta uma variedade tão grande nos cachorros, como é o caso da fachada norte de São Gens de Boelhe, mostra bem essa motivação. A artesania da pedra sempre impressionou, ou pela qualidade do seu trabalho ou pela capacidade de apresentar uma gama rica de figurações.

Estas duas características indiciam que a sobriedade da arquitectura românica é um valor contemporâneo que não corresponde à época medieval. Se é certo que a arquitectura cisterciense estimou os programas com pouca ou mesmo nenhuma escultura, é também verdade que o fez exactamente contra a exuberância das igrejas românicas, por razões espirituais e pragmáticas, bem expressas por São Bernardo.

Na Época Românica estimou-se a cor, hoje quase totalmente desaparecida, o brilho dos metais e das pedras preciosas, as imagens expressivamente policromadas e os espaços ornamentados. Aliás de outro modo não poderia ser. Uma igreja despida, sem aparato que impressione é, antropológica e devocionalmente, inconcebível na Idade Média.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

9. Fachada norte. Cachorro

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

10. Cachorro. Cabeça de bovídio, tema muito utilizado na arte românica do Vale do Sousa.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

11. Cachorros da fachada norte.

 

 Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

12. Cachorro. Homem transportando pedra.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

13. Portal ocidental. Capitel e imposta.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

14. Portal ocidental. Capitel e imposta.

 

As molduras das frestas e as do portal principal, juntamente com a grande quantidade de siglas alfabéticas ou geométricas que as suas paredes evidenciam, interna e externamente, sugerem que esta igreja deve ser datada entre meados e os finais do século XIII.

Podemos afirmar que existem certos elementos que caracterizam e marcam uma nova moda do Românico dos meados do século XIII, na região do Vale do Sousa e da bacia do Baixo Tâmega, reutilizando formulários pré-românicos remanescentes. Esses elementos vão desde os capitéis do portal principal de São Gens de Boelhe ou os do Salvador de Cabeça Santa (Penafiel), até as arcaturas sob imposta de São Vicente de Sousa (Felgueiras) ou os frisos fitomórficos e executados a bisel do Salvador de Paço de Sousa (Penafiel). Esta moda, denominada de românico nacionalizado, segundo expressão de Manuel Monteiro, privilegia a decoração vegetalista aplicada em capitéis, frisos ou até impostas, usualmente plana, executada a bisel e de nítido desenho. Característico é ainda o tratamento dado à palmeta clássica, que se torce e se aplica, sobretudo, na decoração de capitéis, como por exemplo na Igreja de São Gens de Boelhe. [LR]

 

2. A Igreja na Época Moderna

 

A Igreja de São Gens de Boelhe foi alvo de uma profunda campanha de restauro no século XX. Como consequência dessa campanha de obras, o despojamento que caracteriza o aspecto global deste edifício derivou da eliminação de todos os elementos adicionados ao longo dos séculos posteriores à época da sua fundação.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

15. Portal ocidental. Capitéis, impostas e arquivoltas.

 

Recorrendo a fotografias antigas sabe-se que, antes das obras de restauro, a igreja apresentava, exteriormente, um aspecto bastante díspar da imagem que vemos hoje. Alguns elementos arquitectónicos da Época Moderna agregavam-se ao espaço medieval, concorriam para a monumentalização da igreja que era conseguida pela diversidade de componentes datados de períodos distintos. Por exemplo, adossada ao lado norte da fachada principal, era marcante a existência de uma torre sineira, possivelmente datada dos séculos XVII ou XVIII. Era uma robusta estrutura arquitectónica de planta quadrangular e cobertura piramidal.

Ao nível da cabeceira da igreja, e de acordo com as plantas executadas antes da realização da campanha de obras de reconstrução, notava-se uma capela-mor mais profunda e estreita que a actual sendo-lhe conferido, após as obras, uma configuração baseada nos alicerces datados do período de fundação da igreja, que entretanto teriam sido postos a descoberto.

Na nave existiam dois altares colaterais, que nas plantas da DGEMN aparecem colocados de canto e na capela-mor o altar colocado ligeiramente elevado em relação ao plano da nave, ao qual se acedia através de três degraus. Estas estruturas retabulares eram executadas em madeira entalhada. Encostado à parede interior, correspondente à fachada principal, estava um coro alto de madeira, que desapareceu com o restauro.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

16. A campanha de restauro, realizada no séc. XX, conferiu ao interior da Igreja de São Gens de Boelhe uma solução depurada.

 

Em meados do século XVIII o interior da Igreja de São Gens apresentava no altar-mor a imagem do padroeiro, fazendo-se acompanhar por São José e Santa Ana. Já os altares colaterais, colocados do lado do Evangelho e do lado da Epístola, recebiam, respectivamente, as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de São Brás “com uma sua relíquia”.

Anos mais tarde, em 1758, esta igreja mantinha os três altares, recebendo a estrutura retabular do altar-mor, do lado do Evangelho, uma prancha com a representação de Santa Ana Tríplice e, do lado da Epístola, uma imagem de Santo António. Continuavam a existir os dois altares colaterais: o do lado do Evangelho acolhia ainda a imagem de Nossa Senhora do Rosário e o da Epístola, que pertencia a uma confraria, recebia as imagens do Menino Deus, inexistente anos antes, e a do milagroso São Brás.

As confrarias, como associações religiosas de laicos, são um fenómeno que alastra em Portugal na Época Moderna como na totalidade da Europa Católica. Este movimento torna-se de tal forma relevante, que acaba por impor a organização regulamentar dessas instituições pias. No ano de 1604 o papa Clemente VIII, pela bula Quaecumque, lança as bases do controlo efectivo da igreja sobre as confrarias, exigindo que as novas irmandades cumprissem os princípios normativos da sua acção definidos sob a forma de Estatutos . Só depois de analisados os estatutos pela instituição eclesiástica a confraria poderia constituir-se. Esses princípios normativos impostos por Roma foram incorporados nos códigos regulamentares da vida religiosa diocesana: as Constituições Sinodais, de Norte a Sul do país, dos séculos XVII e XVIII, incluem os princípios concretos do controlo da igreja sobre as confrarias. Todas as igrejas paroquiais, capelas e santuários acolhiam uma ou mais confrarias. É pertinente indagar as razões do alastramento destas instituições na Época Moderna.

A sua função era promover o culto divino, através da veneração de um santo, que se transforma no patrono dos confrades, o que justifica a instituição associativa dos leigos. Se os leigos concorrem para a promoção do culto católico, como contrapartida e numa sociedade pós-tridentina, recebem benesses espirituais mas também materiais. Os confrades tinham obrigação de participar nas cerimónias litúrgicas promovidas pela confraria, como missas, procissões, rituais fúnebres dos irmãos, onde se apresentavam devidamente paramentados com as vestes da confraria; por outro lado, o apoio na doença e na morte era um privilégio dos confrades. Ora sabe-se como a sociedade pós-tridentina vive sob o estigma do pecado e da morte e da salvação eterna da alma. Para tanto “estas funções, feitas por piedade cristã, como obra de misericórdia, eram quase exclusivamente asseguradas pelas confrarias na ausência da autoridade pública para o fazer”. As confrarias substituíam a fragilidade assistencial pública e garantiam a recompensa expressa na salvação da alma.

Sediavam-se no interior da igreja em altares privilegiados, segundo uma hierarquização: as mais destacadas, de acordo com o estatuto sócio-económico dos seus confrades, ocupavam os altares principais, tal como retábulo-mor e altares colaterais. Os confrades, ou irmãos, concorriam para a dignificação dessas capelas privativas, promovendo a aquisição dos objectos imprescindíveis para o ritual litúrgico, como altares em talha, imaginária, ourivesaria e paramentaria. A qualidade artística destes objectos litúrgicos era proporcional ao poder económico da confraria e por conseguinte ao estrato sociocultural dos leigos que a compunham. Ao nível paroquial, foram sem dúvida as confrarias as principais responsáveis pela transformação do espaço sacro de raiz medieval.

A Igreja de São Gens de Boelhe acolhia, em meados do século XVIII, duas confrarias: a do patrono da igreja, São Gens, localizava-se na capela-mor, enquanto a de Nossa Senhora do Rosário e do Santo Nome de Jesus se situava num dos altares colaterais. [MJMR / DGS]

 

3. Restauro e conservação

 

A Igreja de São Gens de Boelhe, como hoje se encontra, é o resultado da campanha de restauro decorrida entre 1929 e 1948, por iniciativa da Direcção Geral de Belas-Artes e da DGEMN.

A principal fonte bibliográfica para o estudo das obras de restauro da DGEMN e para a reconstituição da memória do edifício durante a Época Moderna é o Boletim n.º 62 . Este documento compreende uma notícia histórica do templo de São Gens, da autoria de D. João Castro, com um capítulo dedicado ao período antes do restauro e outro às obras de reconstituição.

Como já foi acima referido, a Igreja de São Gens de Boelhe foi alvo de profundas alterações durante a Época Moderna. O principal objectivo da campanha de restauro, que decorreu durante a primeira metade do séc. XX, foi o de repor, ainda que de forma simbólica, a arquitectura medieval que a igreja apresentaria no século XIII. Para materializar esse propósito, todo o recheio interior da Época Moderna foi removido.

Em 1905 havia sido elaborado, pelo Ministério das Obras Públicas, um projecto de intervenção para o templo de São Gens de Boelhe, que nunca foi concretizado.

Dos trabalhos de restauro realizados pela DGEMN, é de salientar a redução da capela-mor, segundo o paradigma românico, a reedificação da fachada sul, com o intuito de corrigir as irregularidades, a demolição da torre sineira e do coro e a reedificação do campanário, na frontaria da igreja, reconstituindo o seu aspecto primitivo através dos elementos encontrados. No interior, destacamos o desentaipamento da porta norte, a substituição do altar-mor e a exclusão dos restantes altares modernos. As acções de restauro foram interrompidas durante os anos de 1937 a 1948, sendo posteriormente concluídas, com a construção do altar-mor em pedra, a colocação de vitrais, a substituição do sistema de coberturas, o arranjo do adro e a deslocação do cemitério.

Nos últimos anos, realizaram-se obras de conservação e valorização do edifício, no âmbito do projecto da Rota do Românico do Vale do Sousa, que incluiram acompanhamento e sondagens arqueológicas, efectuadas no adro. [MB]

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

17. Planta da Igreja anteriormente ao restauro.

 

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe

18. Planta da Igreja posteriormente ao restauro.

 

Cronologia

Séc. XIII – Construção da igreja;

Sécs. XVII-XVIII – Ampliação da capela-mor;

1928 – Início das obras de restauro;

1930/1932 – Obras de reconstrução: reconstrução dos muros, cornija, modilhões e campanário; remoção de toda a argamassa existente no interior da igreja; apeamento da torre sineira; reconstituição da capela-mor primitiva; rebaixamento e lajeamento do pavimento da igreja e da capela;

1935 – Obras de reconstrução: apeamento e mudança da parede testeira da capela-mor para o seu primitivo lugar, reconstituição das frestas da nave; lajeamento da nave e capela-mor; colocação de degraus e patamares no pórtico principal;

1936 – Obras de reconstrução: assentamento de três portas exteriores; armação e cobertura dos telhados;

Igreja Românica de S. Gens de Boelhe, 1954

1950 – Obras de restauro: apeamento de toda a fachada sul, reposição de todos os elementos nos seus lugares primitivos; demolição das paredes que constituíam a ampliação da cabeceira e construção da sua testeira no lugar indicado pelos alicerces; apeamento e reconstrução do campanário; desentaipamento da porta lateral da nave; recalcamento do alicerce; entaipamento de uma porta que existia na fachada norte da capela-mor; reparação do arco triunfal empena, frestas; construção de frechais de betão armado e nova cobertura; limpeza e tomada de junta, colocação de vitrais; substituição da cruz da fachada principal; assentamento do lajeado na nave e capela-mor; colocação do altar-mor em pedra, assentamento de passeio exterior à volta da igreja, colocação de portas novas; mudança do cemitério e arranjo geral do adro;

1971 – Obras de conservação da cobertura e instalação eléctrica;

1986 – Obras de conservação e recuperação dos telhados;

2003 – Obras de conservação e valorização geral do imóvel no âmbito do projecto da Rota do Românico do Vale do Sousa, que incluiu acompanhamento arqueológico nas sondagens efectuadas no adro.

Referências:

[1] COELHO, Maria Helena da Cruz – Arouca. Uma Terra, um Mosteiro, uma Santa. Arouca: Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda/Museu de Arte Sacra de Arouca, 2005, p. 25.

[2] IDEM, ibidem, pp. 40-41 e 110.

[3] ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – O Românico. História da Arte em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 2001, p. 73.

[4] IDEM, ibidem, p. 121.

[5] COELHO, Manuel Ferreira – “O Concelho de Penafiel nas Memórias Paroquiais de 1758”. In Penafiel – Boletim Municipal de Cultura. 3ª Série. Nº 4-5. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 1987-88, pp. 268-271.

[6] CARDONA, Paula Cristina Machado – A Actividade Mecenática das Confrarias nas Matrizes do Vale do Lima nos Séculos XVII a XIX. Vol. I. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004, pp. 32-43.

[7] IDEM, ibidem, p. 42.

[8] CARDOSO, Padre Luiz – Diccionario Geográfico ou Notícia Histórica de todas as cidades, villas… Vol. II. Lisboa: Regia Officina Sylviana e Academia Real, 1747-1751, pp. 196-197.

[9] Boletim da DGEMN, nº 62, Dezembro de 1950.

[10] TOMÉ, Miguel – Património e Restauro em Portugal. Vols. I, II e III. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1998.

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